domingo, 30 de setembro de 2007

Em alguns momentos ela se pergunta o motivo. Não sempre, nem frequentemente, mas há dias em que é inevitável. Quando a noite começa a cair, ou quando está frio demais pra aceitar os diversos convites que a fariam manter os pensamentos em qualquer outro lugar, ou quando ela não consegue encontrar uma desculpa convincente pra fugir dos amiguinhos e da sua felicidade pré-fabricada, com cara de que foi comprada em loja de departamento, e simplesmente se obriga a dizer que não está com vontade, que quer mesmo ficar só. Nessas horas surge a questão: qual o motivo pra preferir ficar só? Será que é só por saber que ele não vai estar lá? Ou por saber que todos vão perguntar novamente o motivo de ela resolver assim, se manter sozinha? No fim, é sempre mais do mesmo. Eles não a entendem, ela não faz questão de se fazer entender. Eles poderiam ser atores em um comercial de margarina, ela está farta de tanta superficialidade. Eles vão querer assistir a algum 'arrasa quarteirão', ela se sente muito mais propensa a dividir a noite com seus livros, e discos, e filmes velhos, com cara de dia de inverno, se Sessão da Tarde, de férias no interior... Na verdade, ela se muda cada vez mais pro interior, pro interior de si mesma. Se isso vai resultar em auto-conhecimento ou esquizofrenia, não se sabe, talvez um pouco de cada coisa, talvez cada vez mais nada.




LOUDER
What Goes Around... Comes Around* - Justin Timberlake



*boa filosofia...



Sally, futuresex/lovesounds

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